José
Ángel Buesa
Otra
vez, esta noche, ví tu mano en la mía,
otra
vez, esta noche, volví a soñar contigo,
yo,
que no soy tu amante ni siquiera tu amigo,
sino
un hombre que pasa bajo la luz del día.
Sin
embargo, en la sombra donde el tiempo no existe,
se
buscan nuestras almas, no sé por qué. Y despierto
vagamente
inconforme de que no ha sido cierto,
triste
de una tristeza que no llega a ser triste.
Algo
ocurre en la noche, pero yo no lo digo:
ni
a ti, que nada sabes, ni a ti te diré nada,
pero
al mirar tus ojos sabré, por tu mirada,
si también, esta noche, tú has soñado conmigo.
Canção de um sonho
Outra
vez, esta noite, vi tua mão na minha,
outra
vez, esta noite, voltei a sonhar contigo
eu,
que não sou teu amante nem sequer teu amigo,
senão
um homem que, sob a luz do dia, vinha.
Sem
embargo, na sombra onde o tempo não existe,
se
buscam nossas almas, nem sei por que. E desperto
vagamente
inconformado de que não seja certo,
triste
de uma tristeza que nem chega a ser triste.
Algo
ocorre na noite, porém, eu não o digo:
nem
a ti, que nada sabes, nem a ti direi nada,
porém,
ao olhar teus olhos saberei pela olhada
se,
também, esta noite, tu há sonhado
comigo.
Ilustração:
www.academiadosnerds.com.br
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