Sunday, March 08, 2015

Uma poesia de Miguel Hernández Gilabert

Casida del sediento                                                

Miguel Hernández Gilabert

Arena del desierto
Soy, desierto de sed.
Oasis es tu boca
Donde no he de beber.
Boca: oasis abierto
A todas las arenas del desierto.
Húmedo punto en medio
De un mundo abrasador
El de tu cuerpo, el tuyo,
Que nunca es de los dos.
Cuerpo: pozo cerrado
A quien la sed y el sol han calcinado.

Canção do sedento

Areia do deserto
sou, deserto de sede.
Oásis é a tua boca
Onde não hei de beber.

Boca: oásis aberto
a todas as areias do deserto.

Ponto úmido no meio
de um mundo escaldante
e de teu corpo, o teu,
que nunca é dos dois.

Corpo:  poço fechado
a quem tem sede e o sol queimou.


Ilustração: www.maisturismo.net

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