Thursday, March 12, 2015

Uma poesia de Francisco Luis Bernárdez

 Silencio

Francisco Luis Bernárdez

No digas nada, no preguntes nada.
Cuando quieras hablar, quédate mudo:
Que un silencio sin fin sea tu escudo
Y al mismo tiempo tu perfecta espada.
No llames si la puerta está cerrada,
No llores si el dolor es más agudo,
No cantes si el camino es menos rudo,
No interrogues sino con la mirada.
Y en la calma profunda y transparente
Que poco a poco y silenciosamente
Inundará tu pecho de este modo,
Sentirás el latido enamorado
Con que tu corazón recuperado
Te irá diciendo todo, todo, todo.

Silêncio

Francisco Luis Bernárdez

Não me digas nada, não perguntes nada.
Quando quiseres falar, quedá-te mudo:
Que um silêncio sem fim seja teu escudo
E, ao mesmo tempo, tua perfeita espada.
Não chames se a porta está fechada,
Não chores se a dor for mais aguda,
Não cantes se é melhor o caminho a trilhar
Não interrogues senão com o olhar.
E na calma profunda e transparente
Que pouco a pouco e silenciosamente
Inundará teu peito deste modo
Sentirás o grito enamorado
Com que teu coração recuperado
Te irá dizendo tudo, tudo, tudo.


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