Monday, May 04, 2015

Uma poesia de Luis Palés Matos

EL BESO                                                                                     

Luis Palés Matos 

El champagne de la tarde sedativa
embriagó la montaña y el abismo,
de una sedosidad de misticismo,
y de una opalescencia compasiva.

Hundiste el puñal zarco de tu altiva
mirada en mis adentros, y el lirismo
cundió mi alma de romanticismo:
rodó la gema de la estrofa viva.

Entonces gimió el cisne de mi ansia,
por el remanso lleno de arrogancia
de tus ojos nostálgicos y sabios;

y la dorada abeja del deseo,
en su errante y sutil revoloteo
buscó el clavel sangriento de tus labios.

O beijo

A champanhe da tarde sedativa
Embriagou a montanha e o abismo,
De uma sedosidade de misticismo,
E de uma opalescência compassiva.

Fundiste o punhal claro de tua altiva
Mirada em meu interior, e o lirismo
Inundou minha alma de romantismo:
Despregou a gema da estrofe viva.

Então, gemeu o cisne de minha ânsia,
Pelo remanso pleno de arrogância
De teus olhos nostálgicos e sábios:

E a dourada abelha do desejo veio,
No seu errante e sutil revoluteio
Buscar o cravo sangrento de teus lábios.


Ilustração: www.monacohoteis.com.br

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