Monday, August 03, 2015

De volta Virginia Grütter Jiménez

 
FLOR ROJA                                                  
Virginia Grütter Jiménez

Detrás de la vitrina
Está la flor fea
La flor triste e hirsuta
la flor de piedra
La flor que cuando llega
La madrugada
Sólo tiene un sentido
Con la mirada.
La flor del campo
Temblorosa
Busca el sol con los ojos
Entre las hojas
Y encuentra
Si agua le llega
Rumor de mariposas
En sus orejas.
El campo limpio
Donde los labradores
Hicieron sitio.
¡Y si no miren
ojos mortales
la flor de la amapola
Por los trigales!

La flor del nacimiento
Y la de la novia
Suelen ser siempre blancas
¿Porqué no rojas?
Roja es la vida
Rojos los pajarillos
Roja la espiga
Todo lo que revienta
Suele ser rojo
Si se tiene bien limpio
Entrenado el ojo.
Las flores blancas
Si se miran bien vistas
Si no son santas
También son flores
Son música y palabras
Son de colores
¡Y si no miren
Ojos mortales

FLOR VERMELHA

Por trás da janela
Esta lá a flor feia
A flor triste e eriçada
A flor de pedra
A flor que quando chega
A madrugada
Só tem sentido
Com o olhar.
Flor do campo
Trêmula
Que busca o sol com os olhos
Entre as folhas
E encontra
Se a água chega até ele
Rumor de borboletas
Nos seus ouvidos.
O campo limpo
Onde os agricultores
Fizeram sitio.
E que não olhem
Olhos mortais
A amapola
Entre os trigais!

Flor do nascimento
E a da noiva
Sói ser sempre brancas
Por que não vermelhas?
Vermelho é a vida
Vermelhos os passarinhos
Vermelhas as espigas
Tudo o que se reiventa
Sói ser vermelho
Se se tem bem limpo
e treinado o olho.
As flores brancas
Se se olham, bem vistas
Se não são santas
Também são flores
Músicas e palavras
São de cores
E que não as olhem
olhos mortais


Ilustração: www.fotosefotos.com

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