Tuesday, August 02, 2016

Uma poesia de Antonella Anedda

14-18                     
Antonella Anedda

A volte mi illudo di afferrare i nessi tra le cose:
mio nonno in trincea a diciassette anni
che scrive versi d’amore ignaro
che l’inferno doveva ancora venire.
Lui vivo e tutto il resto perduto
a cominciare dalla bambina
sepolta in Istria con sua madre.
Di notte stabilisco i nessi tra le cose
rivedo un vecchio esitare sulle scale
scambiare il buio con l’acqua
fare di sé stesso un grumo
di vestiti e vetri, un’ultima volta
per provare a rovesciare il male.

14-18

Às vezes finjo entender os nexos entre as coisas:
meu avô na trincheira aos dezessete anos
que escreve poemas de amor ignorando
que o inferno ainda estava por vir.
Ele vivo e todo o resto perdido
a começar da criança
enterrada em Istria com sua mãe.
À noite eu estabeleço nexo entre as coisas
observo um velho hesitar nas escadas
trocar o escuro com água
tornar-se um nódulo
de roupas e óculos, uma última vez
para tentar derrubar o mal.

Ilustração: pequenograndenada.blogspot.com


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