Antonella
Anedda
A
volte mi illudo di afferrare i nessi tra le cose:
mio
nonno in trincea a diciassette anni
che
scrive versi d’amore ignaro
che
l’inferno doveva ancora venire.
Lui
vivo e tutto il resto perduto
a
cominciare dalla bambina
sepolta
in Istria con sua madre.
Di
notte stabilisco i nessi tra le cose
rivedo
un vecchio esitare sulle scale
scambiare
il buio con l’acqua
fare
di sé stesso un grumo
di
vestiti e vetri, un’ultima volta
per
provare a rovesciare il male.
14-18
Às
vezes finjo entender os nexos entre as coisas:
meu
avô na trincheira aos dezessete anos
que
escreve poemas de amor ignorando
que
o inferno ainda estava por vir.
Ele
vivo e todo o resto perdido
a
começar da criança
enterrada
em Istria com sua mãe.
À
noite eu estabeleço nexo entre as coisas
observo
um velho hesitar nas escadas
trocar
o escuro com água
tornar-se
um nódulo
de
roupas e óculos, uma última vez
para
tentar derrubar o mal.
Ilustração:
pequenograndenada.blogspot.com
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