Justo
ahora que un ladrón de deseos
no
me aturde en la noche con su voz,
y
me convierto
en
animal libre de culpa,
cuando
no tengo más pecados
para
llenar con nombres,
ni
esta aguja del tiempo
muestra
qué muerte
tendrán
estos momentos
una
vez pasen por mis manos:
podré
mirarte
con la inocencia
de las palabras
que
no ha bañado todavía el vino,
para
luego tomarte por la espalda
con
la trama que cada noche
caza
uno de mis días.
Y
hacerte presa
de
mis vacíos cotidianos.
Qué
lenta conversión la de tu mármol:
cómo
en ti crece el ángel
negro de mis caídas,
la
fiera indócil que serás,
al
menos hoy, sobre mi vientre.
Justo
agora que um ladrão de desejos
não
me atordoa na noite com a sua voz,
e
me converto
em
um animal livre de culpa,
quando
não tenho mais pecados
para
preencher com nomes,
ou
esta agulha do tempo
mostra
que morte
terão
estes momentos
uma
vez que passem pelas minhas mãos:
poder
te olhar
com a inocência
das palavras
que
ainda não se banharam de vinho,
para
logo, te pegar por trás
com
a trama que cada noite
caça
um dos meus dias.
E
fazer-te presa
de
meus vazios cotidianos.
Que
lenta conversão a tua em mármore:
como
em ti cresce o anjo
negro das minhas quedas,
a
besta incontrolável que serás,
ao
menos hoje, sobre o meu ventre.
Ilustração:
m.mdemulher.abril.com.br
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