Nota a Dedicatoria
Gunnar
Ekelöf
En
atención a las exigencias estéticas
(que
también son las de la funcionalidad)
los
arquitectos han hecho las nubes cuadradas.
Sobre
los bosques desolados se extienden pues los suburbios.
Por
encima de las colinas, se alinean las altas nubes cúbicas
reflejándose
profundamente en el confiado lago forestal,
inmensas
filas de ventanas vacías
subrayadas
por el bello neón rojo de la puesta de sol.
Allí
juegan, en montones de cúmulos piadosamente respetados, higiénicos niños
(jamás
rozados por manos humanas)
mientras
revolotean en torno a ellos con sombrillas rotatorias
niñeras
municipales severamente remuneradas.
Cada
día se hace noche y asexuados trabajadores vitaminados
llegan
en rebaños a sus casas, por quintas, según convenios colectivos
a
su vida privada, a Svea, la reina de las hormonas,
vigilada
rigurosamente por porteros que inspiran confianza.
Y
se hace noche y silencio. Únicamente el helicóptero de la basura
susurra
despacito de puerta en puerta
conducido
por un futuro marginado, un anarquista y poeta
condenado
de por vida a retirar toda la pornografía de la fantasía.
A
distancia parece un gigantesco esfíngido
zumbando
ante el racimo matinal de madreselva rosácea
por
encima, oh, muy por encima de los salutíferos bosques de los deportistas
donde
no vagabundeará ya nunca más vagabundo alguno.
Nota para dedicatória
Em
atenção às exigências estéticas
(que
também são as de funcionalidade)
os
arquitetos fizeram nuvens quadradas.
Sobre
os bosques desolados se estendem, pois, os subúrbios.
Por
cima das colinas se alinham as altas nuvens cúbicas
refletindo-se
profundamente no confiante lago florestal,
imensas
filas de janelas vazias,
sublinhadas
pelo belo neon vermelho de uma réstea de sol.
ali
jogam, em grupos aglomerados piedosamente respeitados, meninos limpos
(jamais
roçados por mãos humanas)
enquanto
dão voltas com sombrinhas rotativas babás municipais regiamente pagas.
Cada
dia se faz noite e assexuados trabalhadores vitaminados
chegam
em rebanhos as suas casas,, por ordem, segundo acordos coletivos
de
sua vida privada, a Svea, rainha dos hormônios
vigiada
rigorosamente por porteiros que inspiram confiança.
E se
faz noite e silêncio. Unicamente o helicóptero do lixo
sussurra
devagarinho de porta em porta
conduzido
por um futuro proscrito, um anarquista e poeta ,
condenado
por toda a vida a retirar toda pornografia da fantasia.
À
distância parece uma gigantesca borboleta
zumbindo
ante o cacho matinal de madressilvas róseas,
por
cima, oh!, muito por cima dos saudáveis bosques dos
desportistas
onde
já não vagabundeará mais vagabundo algum.
Ilustração:
vejasp.abril.com.br
(Tradução
de uma tradução de Francisco J. Uriz)
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