Tuesday, August 23, 2016

Outra poesia de Juan Guerrero



DE LA MAÑANA

Juan Guerrero

con los ojos cerrados se siente tu presencia en este nuevo día
la claridad poco a poco dibuja contornos conocidos
acaso una puerta los zapatos que esperan salir de paseo
entonces todo habla de ti

tus ojos son amplios cafetales que despiertan mi humedad

la mañana llega con el trinar de pájaros y el revoloteo de palomas
bandadas de loros y guacamayas que esconden su verdor en la copa
de árboles
la mañana también llega con voces de niños y ruido de motores

con los ojos cerrados veo tu sonnoliente rostro
tu adormecido cuerpo fetal que se alarga en la cama y me llama

por la mañana comienza también el cotidiano existir
el sabor del café la ronda al baño el rito del vestirse
el saludo y la rutina de las horas

abro los ojos y te nombro te invoco frente al espejo
mientras busco un libro que señale en algún verso tu silueta
cuando escucho a vivaldi corelli
o albinoni

allí estás exacta y pura

aguardándome


DE MANHÃ

com os olhos fechados sinto a tua presença neste novo dia
a claridade gradativamente desenhando contornos conhecidos
talvez um tênis na porta à espera de sair a passeio,
então, tudo fala de ti

teus olhos são enormes cafezais que despertam minha umidade

a manhã chega com o chilrear dos pássaros e o bater das asas dos pombos
rebanhos de papagaios e araras que se escondem sua cor na copa
das árvores
a manhã também chega com as vozes das crianças e o ruído de motores

com os olhos fechados vejo teu rosto sonolento
teu adormecido corpo fetal que se alarga na cama e me chama

pela manhã começa também o cotidiano existir
o sabor do café  na volta do banho o rito de vestir-se
as saudações e a rotina das horas

Abro os olhos e te nomeio te invoco em frente ao espelho
enquanto procuro um livro que assinale em algum verso tua silhueta
quando escuto Vivaldi Corelli
ou Albinoni

ali estais exata e pura

esperando por mim

Ilustração: www.cifraclub.com.br







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