Monday, January 30, 2017

POEMA DO PROVÁVEL PRAZER


Amo a brancura translúcida de tua pele
Como me fere
Com a doce entrega
O azul do bico de teus seios,
Fontes de mel, nascedouro de prazeres,
Precipícios de desejos insones,
Brinquedos lúdicos de sonhos infantis.
Ainda sinto teus beijos...
A quentura macia de teus lábios, de tuas mãos.
Tua boca ainda passeia no meu sono
Como se me perseguir,
Me cansar, me esvair
Fosse o único intuito por ti desejado,
Como se teu objetivo fosse apenas
Me deixar eternamente excitado
Esperando por um prazer provável
E nunca provado
E ainda guardo os ardores insaciados
Dos desejos por tanto tempo guardados,
Que soltos se expandiram
E ainda estão atrás de ti
Como fantasmas de paixão
Que rondam a terra desconhecida
Atrás da flor de gozo,
Tesouro guardado entre tuas pernas,
Escondidos campos de neves
Onde nunca chegaram as gotas de minha língua,
Seca ainda, chorosa, à míngua
Do sêmen que há de brotar,
De germinar sem fim
Do amor que há em ti,
Que há em mim
E pretende te ver despida, cansada, moída,
Menina, mulher
Exausta de gritar, gemer, dizer
Que ainda mais quer,
Numa infindável festa, 
Na qual, se possível,
Se possa até morrer
De prazer. 

Ilustração: E Deus criou a Mulher - Sapo


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