Thursday, February 15, 2018

E outra poesia de Antonio Gala

Antonio Gala

Si todo acabó ya, si había sonado
La queda y su reposo indiferente,
¿Qué hogueras se conjuran de repente
Para encenderme el pozo del pasado?

¿Qué es esta joven sed? ¿Qué extraviado
Furor de savia crece en la simiente?
Si enmudecí definitivamente,
¿Para quién canta un nido en mi costado?

¿Por qué cruzas, abril, mis arenales
Talándome el recuerdo y su enramada,
Aromando rosales sin renuevo?

¿Qué esperanza me colina los panales?
¿Qué me das a beber de madrugada,
Destructor de promesas, amor nuevo?

SE TUDO ACABOU JÁ

Se tudo acabou já e, se havia soado
A queda e seu repouso indiferente,
Que fogueiras se conjuram, de repente
Para iluminar o poço do passado?

O que é esta jovem sede? Que extraviado
Furor de seiva cresce na semente?
Se emudeci definitivamente
Para quem canta um ninho em meu costado?

Por que cruzas, abril, minha areias
Trazendo-me a recordação e com seus ramos,
Aromando roseiras sem renovação?

Que esperança dos favos de abelhas das colinas?
O que me dás para beber na madrugada,
Destruidor de promessas, amor novo?


Ilustração: Youtube. 

No comments: