Tuesday, February 27, 2018

Uma poesia de Aurora Luque


Azuloscuro                    

Aurora Luque

No sé si te parece paradoja
pero quizá no mienta si declaro
la inmensa inteligencia del deseo:
las lentas odiseas por tu cuerpo
en el sabio navío de la búsqueda
en todos los senderos tan exacto,
propicio a saturar, con islas encendidas,
las nostalgias antiguas.

Azuloscuro y sabio es el deseo,
lira que desde lejos obligase a la danza,
a componer un himno de latidos:
la sola inteligencia de vivir
en deseo perpetuo de naufragio.

AZUL ESCURO

Não sei se te parece um paradoxo
porém, talvez não minta se declaro
a imensa inteligência do desejo:
as lentas  odisseias por teu corpo
no sábio barco da procura
em todos os caminhos tão exatos,
propício à inundar, com ilhas iluminadas,
as antigas nostalgias.

Azulescuro e sábio é o desejo,
lira que, de longe, obriga a dançar,
a compor um hino de palpitação:
a única inteligência de viver
em desejo perpétuo de naufrágio.

Ilustração: Janela do Conhecimento.

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