Tuesday, November 20, 2018

Outra poesia de Alí Chumacero


Jardín de ceniza              
Alí Chumacero

Haber creído alguna vez
viendo la noche desplomarse al mundo
y una tristeza al corazón volcada,
y después ese cuerpo que oprimen nuestras manos:
la mujer que sonríe
y sobre el lecho se nos vuelve
cadáver mutilado en el recuerdo,
como mentira ínfima
o rosa desde siglos viviendo en el silencio.
Y sin embargo en ella nos perdemos,
muertos contra sus brazos, en su misterio mudos
tal una voz que nadie escucha,
frutos ya de cadáver de amor, petrificados;
su placer nos sostiene sobre un mentido mundo,
ahí nos consumimos continuando
en la vana tarea interminable,
y luego no creemos nada,
somos desolación o cruel recuerdo,
vacío que no encuentra mar ni forma,
rumor desvanecido en un duro lamento de ataúdes.

JARDIM DE CINZAS

Haver acreditado alguma vez
vendo a noite mergulhar no mundo
e uma tristeza no coração derrubado,
e depois esse corpo que oprimem nossas mãos:
a mulher que sorri
e sobre o leito nos  devolve
o cadáver mutilado na memória,
como uma pequena ínfima
ou rosa desde séculos vivendo em silêncio.
E, sem embargo, nos perdemos,
mortos contra seus braços, em seu mudo mistério
tal  uma voz que ninguém escuta,
frutos já do cadáver do amor, petrificados;
seu prazer nos sustenta sobre um mundo mentiroso
aí nos consumimos continuando
na vaidosa tarefa interminável,
e, logo, não acreditamos em nada,
somos desolação ou memória cruel,
vazio que não encontra mar nem forma,
O rumor desvanecido em um duro lamento de ataúdes.

Ilustração: galeria de desenhos – Colorir. 



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