Friday, November 23, 2018

Outra poesia de Javier Sologuren


Reloj de sombra               
Javier Sologuren

Con una larga garra de tristeza busco
la pálida altura de una planta femenina;
tal como un viento quejumbroso busco
la intempestiva desnudez, sombra y efigie,
grito distante del pájaro que emigra,
pena con que hiere una imagen a su espejo.

Errante luz blanca bajo el vacío del cielo,
pequeño reloj que sólo fuera una lágrima,
hora en que todo ser es una pálida violeta,
estatua de pronto, arrastrada por la música
en un ramo de tinieblas y nevadas agujas.

Hora en que busco algo que no es tuyo ni mío
con una mirada puesta en lo que huye.

RELÓGIO DE SOMBRA

Com uma larga garra de tristeza, busco
a altura pálida de uma planta feminina;
tal como um vento queixoso busco
a intempestiva nudez, sombra e efígie,
grito distante do pássaro que migra,
dor com que fere uma imagem a seu espelho.

Errante luz branca sob o vazio do céu,
pequeno relógio que só foi uma lágrima,
hora em que todo ser é uma pálida violeta,
estátua logo, arrastada pela música
Em um ramo de escuridão e agulhas de neve.

Hora em que busco por algo que não é seu nem meu
com um olhar posto no que foge.

Ilustração: Pinterest.

No comments: