Tuesday, December 04, 2018

NO RITMO



Ah! Como é bonita a harmonia/ como a vida fica bela/ quando reina a paz/ até que enfim vejo alegria/ até mesmo na minha bela/ cujo sorriso já não via mais./ Na verdade, agora, apenas falta/ muito, muito pouco mesmo/ para o prazer estar em alta/ só mais um pouco de feijão e torresmo/ umas pingas, uns abraços, risos a esmo. / Adoro este clima de compreensão/ e meço o bom caráter do sujeito/ pelo desprendimento em abrir a mão/ o sorriso, o coração e o peito./ Seriedade, meu bom rapaz, é de lei/ assim como ter diálogo/ as tabuas de Moises pelo que sei/ continuam a ser o maior decálogo./ E não quero mais do que me é devido/ não sendo primeiro violino nem maestro/ mas, conhecendo a boa música de ouvido/ distingo entre os clássicos e o resto./ Há, reconheço, os que sabem improvisar/ e na flauta ou num oboé a vida move/ mas, é menor prazer bater do que o cantar/ e quando me pagam o som é puro love/ seja quem for que venha me pagar./ Só não aceito propostas desonestas/ como as de com fome o baile animar/ se todos comem muito nessas festas/ e nós nunca paramos de tocar/  sem sair da partitura e sem desafinar/ e não há banda melhor neste lugar.

Ilustração: El Horizonte.

No comments: