Ah! Como é bonita a harmonia/ como a vida fica bela/
quando reina a paz/ até que enfim vejo alegria/ até mesmo na minha bela/ cujo
sorriso já não via mais./ Na verdade, agora, apenas falta/ muito, muito pouco
mesmo/ para o prazer estar em alta/ só mais um pouco de feijão e torresmo/ umas
pingas, uns abraços, risos a esmo. / Adoro este clima de compreensão/ e meço o
bom caráter do sujeito/ pelo desprendimento em abrir a mão/ o sorriso, o
coração e o peito./ Seriedade, meu bom rapaz, é de lei/ assim como ter diálogo/
as tabuas de Moises pelo que sei/ continuam a ser o maior decálogo./ E não
quero mais do que me é devido/ não sendo primeiro violino nem maestro/ mas,
conhecendo a boa música de ouvido/ distingo entre os clássicos e o resto./ Há,
reconheço, os que sabem improvisar/ e na flauta ou num oboé a vida move/ mas, é
menor prazer bater do que o cantar/ e quando me pagam o som é puro love/ seja
quem for que venha me pagar./ Só não aceito propostas desonestas/ como as de
com fome o baile animar/ se todos comem muito nessas festas/ e nós nunca
paramos de tocar/ sem sair da partitura
e sem desafinar/ e não há banda melhor neste lugar.
Ilustração: El Horizonte.
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