Thursday, March 28, 2019

Mais uma poesia de Manuel González Navarrete




BALANCE

  Manuel González Navarrete

...bien mirado,
no sé por qué me agrada la vida,
ilusión que yace en un bolso ajeno,
donde la muerte tira de mis cabellos.
Quizá por eso no me detengo,
quien echa raíces deja su pecho abierto.

Yo, que de tanto tener nada tengo,
miro mis manos,
mi rostro claro y el techo
donde habitan una mujer y su pueblo.
Una cama tengo también
(bueno, es un decir),
en ella fornico, leo y,
de cuando en cuando,
me amenazan los recuerdos.

EQUILÍBRIO

... bem olhado
não sei porque me agrada a vida
a ilusão que se acha no bolso alheio,
onde a morte tira de meus cabelos.
Talvez seja por isso não me detenho
quem cria raízes deixa o peito aberto.

Eu, que de tanto ter nada tenho,
olho para as minhas mãos
meu rosto claro e o teto
onde habitam uma mulher e seu povo.
Uma cama também tenho
(bem, é um ditado),
nela fornico, leio eu e,
de quando em quando,
as memórias me ameaçam.

Ilustração: José Roberto Marques.

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