BALANCE
Manuel González Navarrete
...bien mirado,
no sé por qué me agrada la
vida,
ilusión que yace en un bolso
ajeno,
donde la muerte tira de mis
cabellos.
Quizá por eso no me detengo,
quien echa raíces deja su
pecho abierto.
Yo, que de tanto tener nada
tengo,
miro mis manos,
mi rostro claro y el techo
donde habitan una mujer y su
pueblo.
Una cama tengo también
(bueno, es un decir),
en ella fornico, leo y,
de cuando en cuando,
me amenazan los recuerdos.
EQUILÍBRIO
... bem olhado
não sei porque me agrada a
vida
a ilusão que se acha no bolso
alheio,
onde a morte tira de meus
cabelos.
Talvez seja por isso não me
detenho
quem cria raízes deixa o
peito aberto.
Eu, que de tanto ter nada tenho,
olho para as minhas mãos
meu rosto claro e o teto
onde habitam uma mulher e seu
povo.
Uma cama também tenho
(bem, é um ditado),
nela fornico, leio eu e,
de quando em quando,
as memórias me ameaçam.
Ilustração: José Roberto
Marques.
No comments:
Post a Comment