I. La espera
Marisa
Martínez Pérsico
No
suele diluviar en mi desierto.
Si
sucede,
tan
violenta es el agua
que
o te escapas
debajo
de una piedra como una
lagartija,
o te conviertes
en
boca
de
la lluvia.
La
gente dice “qué mal tiempo”
aquí,
cuando
llovizna.
Yo
guardo luto, elevo
plegarias
y canciones
de
tormenta.
Pero
tú eres
una
gota de color tan densa
que
volcándote en un lago pintarías
su
cauce
por
completo.
No
me cansa esperar.
Yo
siempre fui una boca de la lluvia,
también
en el desierto.
I.
A ESPERA
Não
costuma chover no meu deserto.
Se
isto acontece,
tão
violenta é a água
o
que o tu escapas
debaixo
de uma pedra como um
lagarto,
ou te convertes
em
boca
da
chuva.
As
pessoas dizem "que mau tempo"
aqui
quando
chuvisca.
Eu
guardo, elevo
orações
e músicas
de
tempestade.
Porém,
tu és
uma
gota de cor tão densa
que
te virando um lago pintarias
seu
canal
por
completo.
Não
me cansa esperar.
Eu
sempre fui uma boca de chuva
também
no deserto.
Ilustração:
Igreja Ágape.
No comments:
Post a Comment