Monday, March 11, 2019

Outra poesia de Tino Barriuso


RENUNCIO A MORIR                                        
(cuarto menguante)

Tino Barriuso

Alguna vez se había preguntado
qué arrebato, qué bárbara osadía
condujera
aquella mano joven
a tanta desmesura,
a renuncia tan ciega, tan fuera de su sitio,
tan desalmadamente llena
de varón:
el no podría
renunciar a morir
después de haber amado tanto.

Ahora,
bajo la luz severa del verano,
en la ciénaga de oro
os anuncio mi muerte
—tardará, porque debo
hacer algunas cosas prescindibles
que prometí hace tiempo—.

Y os juro por sus ojos
que sigue siendo de oro
la hoja de aquel árbol.

RENUNCIO À MORTE
(quarto Minguante)

Alguma vez já se perguntou
que arrebatamento, que ousadia descarada
conduziu
aquela mão jovem
a tal excesso,
a renúncia tão cega, tão fora do lugar,
tão sem coração cheia
de macheza:
ele não podia
desistir de morrer
depois de haver amado tanto.

Agora
sob a luz severa do verão,
no pântano de ouro
os anúncios da minha morte
- tardarão, porque eu devo
fazer algumas coisas indispensáveis
que prometi faz muito tempo.

E o juro pelos seus olhos
que segue sendo de ouro
a folha daquela árvore.

Ilustração: Ministério Deus Proverá.

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