L’inachevable
Yves Bonnefoy
Quand il eut vingt ans il
leva les yeux, regard le ciel, regarda la terre à nouveau, -avec attention.
C’était donc vrai! Dieu n’avait fait qu’ebaucher le monde. Il n’y avait laissé
que des ruines.
Ruines ce chêne, si beau pourtant.
Ruines cette eau, qui vient se briser si doucement sur la rive. Ruines le
soleil même. Ruines tous ces signes de la beauté comme le prouvent bien les
nuages, plus beaux encore.
Seule la lumière a eu vie
pleine peut-être, se dit-il. Et c’est pour cela qu’elle semble simple, et
incréée. -Depuis, il n’aime plus, dans l’œvre des peintres, que les ébauches.
Le trait qui se ferme sur soi lui semble trahir la cause de ce dieu qui a
préféré l’angoisse de la recherche à la joie de l’œvre accomplie.
O
INACABADO
Quando ele teve vinte
anos levantou o olhar para o céu, viu novamente a terra, com atenção. Era certo
então. Deus não fez mais do que um esboço do mundo. Não deixou nada senão
ruinas.
Ruinas este carvalho,
ainda sendo tão belo. Ruinas a água que vem, suavemente, quebrar na praia.
Ruinas o sol mesmo. Ruinas todos estes sinais de beleza, como bem provam as
nuvens, ainda mais belas.
Só a luz possui vida
plena, se diz. E por isto pareceria simples e não criada. Desde então os esboços
são os únicos que ele gosta das obras dos pintores. O traço que se encerra
sobre si mesmo parece-lhe trair a causa desse deus que preferiu a angústia da
busca da alegria à obra concluída.
Ilustração: Ruiz-Healy
Times.
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