Tuesday, July 30, 2019

De volta a grande poesia de Jorge Luis Borges





SOY

Jorge Luis Borges

Soy el que sabe que no es menos vano
que el vano observador que en el espejo
de silencio y cristal sigue el reflejo
o el cuerpo (da lo mismo) del hermano.

Soy, tácitos amigos, el que sabe
que no hay otra venganza que el olvido
ni otro perdón. Un dios ha concedido
al odio humano esta curiosa llave.

Soy el que pese a tan ilustres modos
de errar, no ha descifrado el laberinto
singular y plural, arduo y distinto,

del tiempo, que es uno y es de todos.
Soy el que es nadie, el que no fue una espada
en la guerra. Soy eco, olvido, nada.

SOU

Sou o que sabe que não é menos vão
que o vão observador que no espelho
de silêncio e de cristal segue o vermelho
reflexo ou o corpo(dá no mesmo) do irmão.

Sou, tácitos amigos, o que sabe
que não há outra vingança ou o olvido
nem outro perdão. Um deus há concedido
ao ódio humano esta curiosa chave.

Sou o que pese tão ilustres modos
de errar, não decifrou o labirinto
singular e plural, árduo e distinto,

do tempo, que é de um e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi  uma espada
na guerra. Sou eco, esquecimento, nada.

Ilustração: quadrinhosdehistoria.wordpress.com.

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