[«No mires hacia atrás: ya nada queda…»]
Antonio Carvajal
No mires hacia atrás: ya nada
queda:
la casa, el sitio, la ciudad, el soto,
escombro, hueco, ripio, humo remoto
o acaso turbia y leve polvareda.
Mira adelante, aunque te
retroceda
el ánimo: el futuro no está roto:
si oscuro, intacto; fértil, porque ignoto.
Quiera tu voluntad, tu ánimo pueda.
Pero si te has vendido a las
pasadas
sombras; si esclavitud tasó tu precio
en dos o tres monedas sin sonido,
teme a la libertad, pues no eres
recio;
teme a tus fuerzas, pues están gastadas;
teme al futuro, pues será tu olvido.
["Não olhe para trás: já nada
resta..."]
Não olhe para trás: já nada resta:
a casa, o lugar, a cidade, o mato,
escombros, buraco, ripa, fumaça remota
ou talvez nublado e com poeira leve.
Olha em frente, ainda que retroceda
o ânimo: o futuro não está perdido:
se escuro, intacto; fértil, porque ignorado.
Que sua vontade, seu espírito possa.
Porém se te hás vendido aos passados
tons; se a escravidão taxou teu preço
sem som, em duas ou três moedas,
teme a liberdade, pois não és forte;
teme as tsua forças, pois estão gastas;
teme o futuro que será teu esquecimento.
Ilustração: Wallpapers Cristãos.
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