PRAYER FOR 2018
Cecilia Woloch
Surely there was a river,
once, but there is no river here. Only
a sound of drowning in the dark between the trees. The sound of wet, and only
that. Surely there was a country that I called my country, once. Before the
thief who would be king made other countries of us all. Before the bright
screens everywhere in which another country lives. But
what is it, anyway, to live-to breathe, to act, to love, to eat? Surely there was a real earth, wild and green, here,
blossoming. Land of milk and honey, once. Land of wind-swept plains and blood,
then of shackles and of iron. And then the black smoke of its cities and the
laying down of laws. Under which some flourished-if you call that flourishing-and
from which others would have fled had there been anywhere to flee. My country,
which is cruel, and which is beautiful and lost. Surely, there were notes that
made a song, a pledge of birds. And not a child in any cage, no man or woman in
a ditch. Surely, what we meant was to anoint some other god. One made of wind
and starlight, pulsing, heart that matched the human heart. Surely that god
watches us, now, one eye in the river, one eye where the river was.
PRECE PARA 2018
Certamente havia um rio,
uma vez, mas não há mais rio aqui. Somente um som de afogamento na escuridão
entre as árvores. O som do molhado, e só isto. Certamente havia um país que eu
chamei de meu país, uma vez. Antes que o ladrão que seria rei fizesse de todos
nós outros países. Antes das telas brilhantes em todos os lugares onde vive
outro país. Mas o que é, afinal, viver - respirar, agir, amar, comer?
Certamente havia uma terra real, selvagem e verde, aqui, florescendo. Terra de
leite e mel, onze. Terra de planícies varridas pelo vento e de sangue, depois
de algemas e ferro. E depois a fumaça negra de suas cidades e o estabelecimento
de leis. Sob o qual alguns floresceram- se é que podemos chamar isto de
florescimento - e do qual outros teriam fugido se houvesse algum lugar para
onde fugir. Meu país, que é cruel, lindo e perdido. Certamente, havia notas que
fizeram uma canção, um sinal de pássaros. E nem uma criança numa jaula, nem um
homem ou uma mulher numa vala. Certamente, o que queríamos fazer era ungir
algum outro deus. Um coração feito de vento e luz das estrelas, pulsante, que
combinava com o coração humano. Certamente que Deus nos observa, agora, um olho
no rio, um olho onde estava o rio.
Ilustração: Blog do Pedlowsky.
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