Sunday, December 19, 2010
Miguel Otero Silva
Calma mi sed, amor, en tus vertientes...
Miguel Otero Silva
Calma mi sed, amor, en tus vertientes,
enraízame, amor, en tus sembrados,
llévame, amor, por mares encrespados,
clávame, amor, tus uñas y tus dientes.
Di palabras, amor, incoherentes,
gime versos, amor, jamás pensados,
sacude, amor, tus pétalos mojados,
amor, sobre mis huesos combatientes.
Hiéreme, amor, con filo de claveles,
átame, amor, con tu dogal de mieles,
quémame, amor, en tu rosal de fuego.
Cimbra, amor, tu silencio estremecido,
dame tu boca, amor, que la he perdido,
muere conmigo, amor, que ya estoy ciego.
Acalma minha sede, o amor, em tuas vertentes...
Acalma minha sede, o amor, em tuas vertentes
Enraiza-me, amor, em teus campos,
Leva-me, amor, por mares agitados,
Crava-me, amor, tuas unhas e teus dentes.
Diga-me, amor, palavras incoerentes
Gemendo versos, o amor, jamais pensado,
Sacode, amor, tuas pétalas molhadas,
Amor, sobre meus ossos combatentes.
Me machuca, amor, com um fio de cravos,
Ata-me, amor, com o mel de teus laços,
Queima-me, amor, com tuas rosas de fogo.
Dobra, amor, o teu silêncio estremecido
Dá-me tua boca, amor,que tinha perdido,
Morre comigo, amor, que já estou cego.
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