Wednesday, March 23, 2016

Mais uma poesia de Julio Cortázar

NOCTURNO                                                                                          
Julio Florencio Cortázar

Tengo esta noche las manos negras, el corazón sudado
como después de luchar hasta el olvido con los ciempiés del humo.
Todo ha quedado allá, las botellas, el barco,
no sé si me querían, y si esperaban verme.
En el diario tirado sobre la cama dice encuentros diplomáticos,
una sangría exploratoria lo batió alegremente en cuatro sets.
Un bosque altísimo rodea esta casa en el centro de la ciudad,
yo sé, siento que un ciego está muriéndose en las cercanías.
Mi mujer sube y baja una pequeña escalera
como un capitán de navío que desconfía de las estrellas.
Hay una taza de leche, papeles, las once de la noche.
Afuera parece como si multitudes de caballos se acercaran
a la ventana que tengo a mi espalda.

(esto de los caballos me recuerda a cierto relato)

NOTURNO

Tenho esta noite as mãos negras, o coração suado
Como depois de lutar até o esquecimento com centopeias de fumaça.
e depois de lutar ao esquecimento com centopeias fumaça.
Tudo ficou por lá, garrafas, o barco,
não sei se me queriam, e se esperavam me ver.
No jornal aberto sobre a cama se lê reuniões diplomáticas,
uma sangria exploratória o venceu alegremente em quatro sets.
Uma floresta imponente rodeia esta casa no centro da cidade,
Eu sei, sinto como um cego está morrendo nas proximidades.
Minha esposa sobe e baixa uma pequena escada
como um capitão de navio que desconfia das estrelas.
Há um copo de leite, papéis, as onze horas da noite.
Do lado de fora parece que multidões de cavalos se aproximam
da janela que tenho nas minhas costas.

(Estes cavalos me lembram de uma certa história)

Ilustração: www.allodi.web719.kinghost.net


No comments: