El cuerpo engana
Alexis
Comamala
No
soy más poeta. No hay más versos estampados en la aurora o la hoja ciega. No
hay más versos pronunciados por la noche oral o por los perros de los sueños.
No hay más versos, ni adornos que arrastren al cuerpo o acaricien la moneda del
odio. No hay cuerpo que no padezca la sed y se arroje al desierto.
O corpo engana
Não
sou mais poeta. Não há mais versos impressos no amanhecer ou na folha em branco.
Não há mais versos pronunciados pela noite ou pelos cães dos sonhos. Não há
mais versos, nem adornos que arrastem o corpo ou acariciem a moeda do ódio.
Nenhum corpo que não padeça a sede e se arroje no deserto.
Ilustração:
entrelinhaseversoscrisjoshaff.blogspot.com
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