Friday, April 22, 2016

Um poema de Alexis Comamala


El cuerpo engana

Alexis Comamala

No soy más poeta. No hay más versos estampados en la aurora o la hoja ciega. No hay más versos pronunciados por la noche oral o por los perros de los sueños. No hay más versos, ni adornos que arrastren al cuerpo o acaricien la moneda del odio. No hay cuerpo que no padezca la sed y se arroje al desierto.

O corpo engana

Não sou mais poeta. Não há mais versos impressos no amanhecer ou na folha em branco. Não há mais versos pronunciados pela noite ou pelos cães dos sonhos. Não há mais versos, nem adornos que arrastem o corpo ou acariciem a moeda do ódio. Nenhum corpo que não padeça a sede e se arroje no deserto.


Ilustração: entrelinhaseversoscrisjoshaff.blogspot.com

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