São
os dias que passaram sem que meus olhos te vissem
Como
noites que cegassem os tempos por si já tristes
Que
envelhecessem as velhices, que tornam o novo antiquado
Como
fantasmas que dançam em brumas que só se adensam
São
pensamentos inócuos, ideias que já não pensam.
São
meus dias sem te ver tempos que não voltam mais,
Horas
que nunca vieram e já ficaram para trás.
Como
cidades sem portas, de ruas brancas, sem vidas,
Jardins
sem cravos, nem rosas, lilases nem margaridas
Onde
só os ventos gemem, as árvores não mexem não,
Lugar
que não tem navios, ares que não tem canção,
Escuridão
tão sem luzes que nem as estrelas brilham,
Portos
que não tem navios, rotas que não se procuram,
Caminhos
que de tão escuros soterram toda esperança
E
só não viram saudade porque, se não for verdade,
Ainda
creio em teu amor e em superar tanta dor
Escapando
do torpor em que nossa vida dança.
Ilustração:
www.graphias.com.br
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