me
apoiei, com convicção,
na
minha pata de coelho,
uma
efetiva proteção,
que,
nunca, deu catolé.
Até
que, numa atitude doidivana,
cai,
cego, alucinado, de paixão
pela
negona Severina
que
cozinhava com capricho
e
fazia amor como um bicho.
Ela,
por me deixar meio inerte,
foi
minando minhas forças tão solerte,
com
tanto ardor e carne dura,
que
senti o gosto da rapadura
que
é doce, mas, não é mole.
Entre
feijoadas e rocambole
enfiei
as dívidas na minha vida
e o
gosto da amargo da escassez
na
minha carteira se implantou de vez.
Pensei
que não havia de ser nada
segurando
a pata de coelho amada
que
não haveria de me faltar.
Estranhamente
tudo deu errado.
Fui
ficando, cada vez mais, ferrado
E
mais de dez anos se foram em aflição:
dinheiro
curto, problemas, preocupação.
E
como não surgiu nenhuma solução
me
convenci ser a pata grande fraude.
Até
pedi a Santo Expedito que me ajude;
rezei,
fiz novenas, confessei os pecados
e,
entre os troços abandonados,
achando
a pata de coelho, joguei fora.
Até
me lembrei, com uma lógica perfeita,
de
como dita cuja havia sido feita
que
só podia mesmo ser contrafação.
Afinal
a pata ao coelho não deu sorte,
de
vez que para servir de talismã,
não
tinha sido de uma forma sã,
pois,
havia lhe custado a morte.
Ilustração:
jhdias
1 comment:
Bem humorada apresentação...abraços carinhosos meus.
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