Thursday, November 17, 2016

Uma poesia de Tristan Tzara


LA GRAND COMPLAINTE DE MON OBSCURITÉ TROIS

Tristan Tzara

chez nous les fleurs des pendules s’allument et les plumes encerclent la clarté
le matin de soufre lointain les vaches l’èchent les lys de sel
mon fils
mon fils
traînons toujours par la couleur du monde
qu’on dirait plus bleue que le métro et que l’astronomie
nous sommes trop maigres
nous n’avons pas de bouche
nos jambes sont raides et s’entrechoquent
nos visages n’ont pas de forme comme les étoiles
cristaux points sans force feu brulée la basilique
folle: les zigzags craquent
téléphone
mordre les cordages se liquéfier l’arc
grimper
astrale
la mémoire
vers le nord par son fruit double comme la chair crue
faim feu sang


A GRANDE QUEIXA SOBRE MINHAS TRÊS OBSCURIDADES

Na casa as flores dos pêndulos se iluminam e as plumas
em volta da claridade
na manhã de enxofre distante as vacas lambem os lírios de sal
meu filho
meu filho
carregamos, ao sair, sempre pela cor do mundo
que se parece mais azul que o metrô e a astronomia
nós estamos muito magros
nós não temos nenhuma boca
nossas pernas estão paralisadas e se entrechocam
nossos rostos não tem forma de estrelas
pontos de cristais sem força, o fogo queimou  a basílica,
louco: os ziguezagues racham
o telefone
mordem as cordas liquefazem o arco
sobem
astral
memória
para o norte por seu fruto em dobro como a carne crua

fome fogo sangue

Ilustração: Segundo Plano

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