Tuesday, November 01, 2016

Traíndo Ivan Segarra-Báez como foi possível...

Esta poesia do Ivan é muito bonita, mas, com termos bem complicados de serem traduzidos, então, adaptei como foi possível. Pelo menos, em português, deve ficar mais compreensível. Peço desculpas pelos desvios. 




Soy la Yoruba

Soy la Yoruba,
la reina negra de Las Antillas.
Mi pai me dijo un día, que entre los negros del Congo y del Mozambique
se cuajó esta leyenda negra…
Era la sabana una tierra antillana
con cara de mujer prieta quemá.
Mi mai no nació esclava, más bien, amantiguá.
Vendida en tierra de la República del Congo,
trasportá por tierras del Tongo, Ghana, Tórtola y San Tomé
Mi pai la conoció en Las Antillas
cortando caña en San Antón,
una noche de negros brujos; Camagüey, chiringa y trompo
boquita de gandul, tierra de melaza y bemba, tierra del quenepal.

Yo soy la Yoruba brava,
hija del robledal, a limón de agua dulce, a limón de tierra y mar.
Por donde quiera que paso, me miran, con este pelo de caimán,
Tengo, un tengo de negra nigeriana encima, escapado de Senegal.
Por donde quiera que ando dicen: —“Esa negra no es de aquí.”—
Ayer fue un día de eso, en que se me soltó el moño y la grifa melena negra
voló al viento del Senegal.

Yo soy la Yoruba brava,
hija del robledal, el que no me quiera
que esconda la cara
porque aquí va pasando,
la negra del Senegal.

(Tomado de El libro de la Yoruba, 2016)

Eu sou a Yoruba

Eu sou a Yoruba,
a rainha negra das Antilhas.
Meu pai me disse um dia, que entre os reis negros do Congo e de Moçambique
se criou esta legenda negra...
Era a savana uma terra antilhana
com rosto de mulher negra queimada.
Minha mãe não nasceu escrava, mas, bem amantiguá.
Vendida nas terras da  República do Congo,
transportada por terras do Tongo, Gana, Tortuga e São Tomé
meu pai a conheceu nas Antilhas
cortando cana em Santo Antônio,
numa noite de bruxas negras; Camagüey, charanga e pião,
boquita de guandu, melaço e terra do bantô, terra de mamoeiros.

Eu sou a valente Yoruba,
filha da floresta de carvalhos, de água doce de limão, limão de terra e mar.
Por onde quer que pise, eles me olham, com esta pele morena,
Tenho uma cor de negra nigeriana, escapada do Senegal.
Por onde quer que ande dizem, - "Esta negra não é daqui." -
Ontem foi um dia desses, em que um fio de cabelo  escapou e a melena negra voou ao vento para Senegal.

Eu sou uma Yoruba brava,
filha do carvalho, quem não me quer
que esconda o rosto
porque aqui está passando,
a negra do Senegal.

(Extraído do Livro do Yoruba, 2016)

Ilustração: religião tradicional yoruba

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