Victoria
Guerrero Peirano
Vivimos
em una época de rivalidades ridículas
Nadie
nos dijo qué debíamos hacer después de la guerra
Pero
entre los poetas se cuecen habas
Nadie
sabe bien por qué
(pero
se sospecha)
se
mueven entre el cortejo y el asesinato
Y
asistimos a sus funerales sin pedirlo
Estos
días dan ganas de no ser de este siglo
No
asistir a su muerte mediática
Sino
ir y escupir sobre su tumba
como
antiguamente
Darles
duro con el puño cerrado
Y
quemar sus versos como flores marchitas
Poetas
del Tercer Mundo: pobres poetas
A
veces se estremecen ante un verso inusitado
Y
dan ganas de abrazarlos
Pero
los poetas del Tercer Mundo somos así:
Regurgitamos
nuestros poemas o los retenemos como papel muerto
Entre
las encías rojizas
Y
tenemos miedo al llegar a casa
De
recordar lo dicho
De
releer lo escrito
Pobres
poetas
Yo
no les pido nada
Algún
día sus versos dejarán de existir
Como
ellos
Vivemos
em uma era de rivalidades ridículas
Ninguém
nos disse o que devíamos fazer depois da guerra
Porém,
entre os poetas se cozinham feijões
Ninguém
sabe bem por que
(Porém,
se suspeita)
Se
movem entre a sedução e o assassinato
E
assistimos ao seu funeral sem pedir-lhes
Estes
dias dão a impressão de não serem deste século
Não
assistir sua morte mediática
Sim
ir e cuspir sobre seu túmulo
como
antigamente
Dar-lhes
duro com o punho fechado
E
queimar seus versos como flores murchas
Poetas
do Terceiro Mundo
Às
vezes, se estremecem diante de um verso inusitado
E
possuem desejo de abraçá-los
Porém,
poetas do Terceiro Mundo somos assim:
Regurgitamos
nossos poemas ou os retemos como papel morto
Entre
as gengivas vermelhas
E
temos medo, ao chegar em casa,
De
lembrar o que foi dito
De
reler o que foi escrito
Pobres
poetas
Eu
não lhes peço nada
Algum
dia seus versos deixarão de existir
Como
eles
Ilustração:
casamericalatina.pt
1 comment:
Mui belo...abrazos.
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