Tuesday, July 31, 2018

Outra poesia de Pierre Reverdy



FETICHE

Pierre Reverdy

Petite poupée, marionnette porte-bonheur, elle se débat à ma fenêtre, au gré du vent. La pluie a mouillé sa robe, sa figure et ses mains qui déteignent. Elle a même perdu une jambe. Mais sa bague reste, et, avec elle son pouvoir. L'hiver elle frappe à la vitre de son petit pied chaussé de bleu et danse, danse de joie, de froid pour réchauffer son coeur, son coeur de bois porte-bonheur. La nuit, elle lève ses bras suppliants vers les étoiles.

FETICHE

Bonequinha, mascote da sorte que resiste em minha janela ao capricho do vento. A chuva empapou seu vestido, seu rosto e suas mãos que perderam a cor. Também perdeu uma perna. Porém, lhe ficou o anel e, com ele, o seu poder. No inverno, bate na janela o seu pezinho, vestida de azul e dança, dança de contente e frio para que entre calor no seu coração de madeira que lhe traz boa sorte. À noite, ela levanta seus braços suplicantes em direção às estrelas.

Ilustração: Qorpus.






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