LI
Os dias me parecem todos iguais.
Muitas
vezes penso
que
quarta-feira é domingo
e,
outras vezes, choromingo
pela
falta dos amigos
e
as saudades de um bar.
Não
é fraqueza minha
dizer
que razões me sobram para chorar:
estar
longe de você,
não
ter mais prazer em caminhar,
beber
vinho
sozinho.
Nada
me motiva.
Nem
o futuro tem as perspectivas
de curto prazo
e, no longo, todos estaremos mortos,
Sem
emoção
minha
única distração
é
ouvir músicas.
No
geral, porém, durmo,
durmo
muito.
Para
dormir não tenho mais
programação,
nem hora.
Durmo
de improviso.
Durmo, se preciso,
ou não.
Dormir é minha solução.
Não preciso de motivos.
A
inconsciência sorrateira me devora
e
tem me dado da morte
um sabor que apavora
em centenas de aperitivos.
(Poema inédito do livro "Cem Poesias em Cem Dias) escrito durante da pandemia do novo coronavírus).
Ilustração:
https://napidoktor.hu/.
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