Sei
que estou estranho,
indiferente,
silencioso, apático,
quase
um vegetal humano.
Nem
penso
que
me comporto
como
se enfiasse um punhal no teu peito-
e
isto, bem sei, não é direito.
Sei que deveria ter te procurado,
estar do teu lado,
ter
contigo almoçado,
sem
ficar assim tão depressivo,
tão
sem forças,
tão
contente em nada fazer,
sem
motivo,
exceto
dormir e comer.
Talvez,
nem me queiras mais,
cansada,
que sei que estás,
de
esperar por algum sinal meu.
E
aqui continuo inerme,
preguiçoso,
dormindo,
esperando
os dias passarem
em
lenta agonia.
E me justifico,
antes de apagar a luz e ir dormir :
talvez não seja o dia,
talvez não seja a hora,
e, em profunda letargia,
afirmo é culpa da pandemia!
Ilustração: https://www.uwell.it/articoli-stile-di-vita/.
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