LES CYGNES SAUVAGES
Translated from the Chinese of Li Qingzhao
by Judith Gautier
Le vent souffle, avant
l’aube, au dehors, sur les treillis de ma fenêtre.
Il interrompt et emporte
mon rêve, il efface tout vestige de lui.
Pour voir aux alentours,
je monte à l’étage supérieur . . . avec qui? . . .
Autrefois, je me
souviens, du bout de l’épingle en jade de ma coiffure, je remuais le feu,
Comme je le fais à
présent . . . mais le brasero est éteint.
Je tourne la tête vers la
montagne: la pluie, un épais brouillard.
Je regarde vers le
fleuve, tout bossué de vagues; le fleuve qui coule toujours, devant moi, sans
emporter ma peine.
Sur le crêpe de ma
tunique, j’ai gardé la pluie de mes larmes;
D’une chiquenaude, je
chasse ces gouttes amères vers les cygnes du fleuve, pour qu’ils soient mes
messagers.
浪淘沙·帘外五更风
帘外五更风,
吹梦无踪。
画楼重上与谁同?
记得玉钗斜拨火,
宝篆成空。
回首紫金峰,
雨润烟浓。
一江春浪醉醒中。
留得罗襟前日泪,
弹与征鸿。
CISNES SELVAGENS
Traduzido do chinês de Li
Qingzhao por Judith Gautier
O vento sopra, antes do
amanhecer, lá fora, nas grades da minha janela.
Ele interrompe e tira meu
sonho, apaga qualquer vestígio dele.
Para ver ao redor, subo
as escadas. . . com quem? . . .
Uma vez, lembro-me, da
ponta do grampo de jade do meu penteado, atirei o fogo,
Como eu faço agora. . .
mas o braseiro está apagado.
Viro a cabeça para a
montanha: a chuva, um nevoeiro cerrado.
Olho para o rio, agitado
pelas ondas; o rio que corre sempre, à minha frente, sem levar embora a minha
dor.
No crepe da minha túnica
guardei a chuva das minhas lágrimas;
Com um movimento, persigo
essas gotas amargas em direção aos cisnes do rio, para que sejam meus
mensageiros.
Ilustração: Xinxua.
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