Tuesday, January 22, 2008

TRADUZIR POESIA É DAR DOBRAS...

TANTO NA LÍNGUA COMO NOS BONS TRADUTORES


(À guisa de desculpa pelas licenças poéticas antecipadamente...
ou poderia ser também "Trair e coçar é só começar")

In Memory of Jane Fraser

Geoffrey Hill

When snow like sheep lay in the fold
And wind went begging at each door,
And the far hills were blue with cold,
And a cloud shroud lay on the moor,

She kept the siege. And every day
We watched her brooding over death
Like a strong bird above its prey.
The room filled with the kettle's breath.

Damp curtains glued against the pane
Sealed time away. Her body froze
As if to freeze us all, and chain
Creation to a stunned repose.

She died before the world could stir.
In March the ice unloosed the brook
And water ruffled the sun's hair.
Dead cones upon the alder shook.

Em memória de Jane Fraser

Quando a neve como ovelhas se enrolaram
E o vento passou como pedinte, em cada porta,
E longe os montes, com frio, muito azuis ficaram
E as nuvens viraram névoas de forma torta,

Ela manteve o cerco. E todos os dias, então
Nós assistíamos sua preocupação com a morte
Como, acima das suas presas, uma ave forte.
A sala cheia com a chaleira em respiração.

Úmidas cortinas contra a vidraça coladas
Seladas para o tempo. Seu corpo congelado
Como se a congelar todos nós, e a cadeia
da criação num repouso atordoado.

Ela morreu antes de poder o mundo agitar.
Em março o gelo conservado não quebrou
E a água tremeu ante os raios da luz solar.
Nem a muda morta do carvalho abalou.



Ilustração extraída de


thegirlunderthelantern.blogspot.com/2007/12/i - Foto de James Radklev

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