Saturday, January 19, 2008

UM POETA ESPANHOL

YO CANTARÉ DE AMOR TAN DULCEMENTE

Gabriel Bocángel

Yo cantaré de amor tan dulcementeel
rato que me hurtare a sus dolores,
que el pecho que jamás sintió de amores,
empiece a confesar que amores siente.

Verá como no hay dicha permanente
debajo de los cielos superiores,
y que las dichas altas o menores
imitan en el suelo su corriente.

Verá que ni en amar alguno alcanza
firmeza (aunque la tenga en el tormento
de idolatrar un mármol con belleza).

Porque si todo amor es esperanza,
y la esperanza es vínculo del viento,
¿quién puede amar seguro en su firmeza?


Eu Cantarei o Amor Tão Docemente

Eu cantarei o amor tão docemente
Com o fito de me furtar as suas dores,
Que o peito que jamais sentiu amores
Comece a confessar que amores sente.

Verá como não há sorte permanente
Debaixo dos céus superiores,
E que as felicidades maiores ou menores,
Imitam os céus, no solo, em sua corrente.

Verá que em amar ninguém alcança
Firmeza (ainda que a tenha no tormento
De idolatrar um mármore com beleza).

Porque se todo amor é esperança,
E a esperança é vinculo de vento,
Quem pode amar seguro em sua fortaleza?

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