Sunday, July 03, 2016

Outra poesia de Marilina Rébora

Consolación                                               

Marilina Rébora

¿Quién habló de que un día hubiera de perderte?
¿Quién dijo que tu sombra, al fin, quedará quieta?
¿Es que ignoras acaso lo que aprendió a quererte
El alma ennoblecida de ternura secreta?

Un amor que es amor no termina en la muerte,
Pues no tiene principio ni término ni meta;
Sometido al don mágico que todo lo convierte,
Y todo lo transforma, y todo lo interpreta.

Teniéndote a mi lado, la vida es vida-vida,
Pero sin ti transcurre en tiempo de amarguras;
Mi lámpara no arde, ¿a qué estar encendida?
Y en el balcón el viento siempre gime por triste,
Que a tientas tras tu imagen, por voluntad a oscuras,
En tu recuerdo sólo, el corazón subsiste.

CONSOLAÇÃO

Quem falou que um dia haveria de te perder?
Quem disse que tua sombra, ao fim, ficaria quieta?
É que ignoras acaso o que aprendeu a te querer
A alma enobrecida de ternura secreta?

Um amor que é amor não termina na morte,
Pois, não tem princípio, nem termino nem meta;
Submetido ao dom mágico que a tudo converte,
E tudo transforma, e tudo interpreta,

Te tendo ao meu lado, a vida é vida-vida,
Porém, sem ti transcorre em tempos de amarguras;
Minha lâmpada não arde, porque estar acendida?
E no balcão o vento sempre geme triste,
Que a tantas traz tua imagem, pela vontade às escuras,
Para te recordar só, o coração subsiste.

Ilustração: nuevotiempo.org

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