Thursday, July 14, 2016

Uma poesia de Daniel Dago

L’UCCELLETTO
Daniel Dago

Era d’Agosto e un povero uccelletto
ferito dallo fionda di un maschietto
andò per riposare l’ala offesa,
sulla finestra aperta di una chiesa.
Dalle tendine del confessionale
il parroco intravide l’animale
ma, pressato dal ministero urgente,
rimase intento a confessar la gente.
Mentre in ginocchio alcuni altri a sedere
dicevano i fedeli le preghiere,
una donna, notato l’uccelletto,
lo prese al caldo e se lo mise al petto.
D’un tratto un cinguettio ruppe il silenzio e il prete a quel rumore
il ruolo abbandonò di confessore.
Scuro in viso peggio della pece,
s’arrampicò sul pulpito e poi fece:
“Fratelli! Chi ha l’uccello per favore
esca fuori dal tempio del Signore!”
I maschi, un po’ stupiti a tal parole,
lenti s’accinsero ad alzar le suole,
ma il prete a quell’errore madornale
“Fermi” gridò “mi sono espresso male!
Rientrate tutti e statemi a sentire,
solo chi ha preso l’uccello deve uscire!”
A testa bassa, la corona in mano,
cento donne s’alzarono pian piano.
Ma mentre se ne andavano ecco allora che il parroco strillò:
“Sbagliate ancora, rientrate tutte quante figlie amate
che io non volevo dir quel che pensate!
Ecco, quello che ho detto torno a dire,
solo chi ha preso l’uccello deve uscire,
ma, mi rivolgo, non ci sia sorpresa,
soltanto a chi l’uccello l’ha preso in chiesa!”
Finì la frase e nello stesso istante
le monache s’alzarono tutte quante
e con il volto pieno di rossore
lasciavano la casa del Signore.
“O Santa Vergine!” esclamo il buon prete
“Fatemi la grazia se potete.
Poi senza fare rumore dico, piano piano
s’alzi soltanto chi ha l’uccello in mano!”
Una ragazza che col fidanzato
s’era messa in un angolo appartato
sommessa mormorò con viso smorto
“Che ti dicevo, hai visto? Se n’è accorto!”

O PINTINHO

Era agosto e um pobre pintinho,
ferido pela baladeira de um menininho,
pousou com a asa machucada
na janela aberta de uma igreja lotada.
Pela cortina do confessionário
o pároco avistou o animal,
mas, premido pela urgência,
limitou-se, as pessoas, prestar assistência.
Enquanto de joelho alguns ficavam
e os fiéis rezavam,
uma mulher, notou o pintinho,
e num ímpeto, pegou-o e pôs nos seus peitinhos.
Num átimo um gorjeio quebrou o silêncio e o padre, a quem o ruído incomodou,
a gente no confessionário abandonou.
Com um rubor vermelho, visceral,
subiu no púlpito e avisou a todos no local:
“Irmãos! Quem tiver um pintinho, por favor,
que vá embora do templo do Senhor!”
Os homens, estupefatos, com tal declaração,
lentos se preparavam para da rua tomar a direção,
Mas, o padre disse, percebendo o erro fatal:
“Esperem” gritou “me expressei mal!
Entrem todos e fiquem a me ouvir,
só quem pegou no pintinho deve sair.”
Com a cabeça baixa e o véu na mão,
devagarinho, cem mulheres se foram do salão.
E, enquanto iam embora, o padre gritou:
“Errei novamente, entrem todos os filhos amados,
pois, não falei aquilo que vocês tinham pensado!
Bom, tornarei a dizer o que havia dito.
Só quem pegou no pintinho daqui deve ser excluído,
mas, me dirijo, não sem surpresa,
apenas a quem pegou no pintinho dentro da igreja!”
Quando acabou a frase, no mesmo instante,
as freiras se levantaram e seguiram adiante,
todas com rosto cheio de rubor
deixavam a casa do Senhor.
“Ó Virgem Maria!” exclamou o bom padre
“Dê-me uma graça, por piedade.
Sem fazer barulho, digo devagarinho, devagarinho,
que se vá somente quem na mão estiver com o pintinho!”
Uma menina com seu namorado
que estava num canto isolado
ao ouvir disse calmamente, mas, com o rosto assombrado:
“Não te falei, viu? Sabia que ele tinha nos avistado!”


Ilustração: www.fotosearch.com.br

No comments: