AMAPOLA MARINA
Eduardo
Llanos Melussa
Ahora
que fulguras desnuda en la penumbra
y
me roza el murmullo de tu busto vibrante,
ahora
que tus muslos son dos auriculares
latiendo
en mis oídos como ríos de música;
ahora
que en mis sienes siento dos mordeduras
y
tu aliento me deja en la frente un tatuaje,
ahora
que tu blusa y tu falda flameante
hieren
mi mano ardiente como al diente la fruta:
deshojada
ya yaces, amapola marina.
Pescador
capturado, encallado velero,
yo
también yazgo ahora en tu arena amarilla.
En
silencio contemplo el templo de tu cuerpo,
me
afano y me afino de oído y de tacto
y
oigo bajo tu piel un canto gregoriano.
AMAPOLA MARINHA
Agora
que brilhas desnuda na escuridão
e
me roça o murmúrio de teus seios vibrantes,
agora
que tuas coxas são dois fones de ouvido
latejando
em meus ouvidos como rios de música;
agora
que em meu peito sinto duas mordidas
e
sua respiração me deixa, na testa, uma tatuagem,
agora
que tua blusa e saia flamejantes
ferem
minha mão ardente como um dente à fruta:
desfolhada
já jazes, papoula do mar.
Pescador
capturado, encalhado veleiro,
Eu
também estaciono agora na tua areia amarela.
Em
silêncio contemplo o templo do teu corpo,
trabalho
duro para afinar o ouvido e o tato
e
ouço, debaixo de tua pele, um canto gregoriano.
Ilustração:
Amapola Oraculo – blogger.
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