Wednesday, October 25, 2017

Uma poesia de Laura Victoria

CEGADA LUZ              
Laura Victoria

Te busco aún imagen ya perdida,
cegada luz, desorbitado viento,
esperanza tan sólo sostenida
por la ternura de mi pensamiento.

Algo tuyo quedase entre mi vida
como afilada flor de sufrimiento;
sangra mi llanto por tu propia herida
y sube tu canción por mi lamento.

Esa es la causa de mi mal cercano,
la certidumbre del inmenso hastío
que dobla las espigas de tu mano.

Porque tú eres la espuma de ese río
que nace en tus llanuras de verano
y muere en mis crepúsculos de frío.
  

LUZ CEGA

Te busco ainda imagem já perdida,
luz cega, desmedido vento,
esperança tão só sustentada
pela ternura de meu pensamento.

Algo teu queda-se entre minha vida
como afiada flor de sofrimento;
sangra meu pranto por tua própria ferida
e sobe tua canção por meu lamento.

Essa é a causa de meu mal abeirado
a certeza da imensa amolação
que as espigas de tua mão tem dobrado.

Porque tu és a espuma desse rio
que nasce nas planícies de verão
e morre em meus crepúsculos de frio.

Ilustração: www.luzcega.com



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