Giovanni Raboni
Silenzio.
Udite. Io annuncio la sua morte
perchè
sono di fronte a voi l’autore
della
sua venuta e dei suoi giorni
disastrosi.
Oh fossi morto prima,
nel
deserto, come muoiono i cammelli
che
si fidano troppo del proprio gozzo! Io così
della
mia memoria, della memoria
che
Dio mi concede sulle cose future.
Io
non volevo ucciderlo
ma
la mia fede si è tramutata in pietra o coltello, il mio battesimo
in
violento scorpione. Mi perdoni
se
troppo poco ho peccato! Io fiorisco di colpa
come
la Vergine è fiorita in lui
nel
grembo involontario.
O REMORSO DE SÃO JOÃO BATISTA
Silêncio.
Escutem. Eu anuncio sua morte
aqui
em frente a você o autor
de
suas veias e de seus dias
desastrosos.
Oh! Houvesse morrido antes
no
deserto, como morrem os camelos
que
confiam demasiado na sua própria garganta. Assim
de
minha memória, da memória
que
Deus me outorgou das coisas futuras.
Eu
não queria matá-lo
Porém,
minha fé se transformou em pedra ou faca, o meu batismo
em
violento escorpião. Que me perdõe
se
tão pouco tenho pecado! Eu floresço de culpa
como
a virgem floresce nele,
no
ventre involuntário.
Ilustração:
Caritas in Veritate – blogger.
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