Yves Bonnefoy
Secouant
ta chevelure ou cendre de Phénix,
Quel
geste tentes-tu quand tout s'arrête,
Et
quand minuit dans l'être illumine les tables?
Quel
signe gardes-tu sur tes lèvres noires,
Quelle
pauvre parole quand tout se tait,
Dernier
tison quando I'âtre hésite et se referme?
Je
saurai vivre en toi, j'arracherai
En
toi toute lumière,
Toute
incarnation, tout récif, toute loi.
Et
dans le vide où je te hausse j'ouvrirai
La
route de la foudre,
Ou
plus grand cri qu'être ait jamais tenté.
UMA OUTRA VOZ
Mexendo
o cabelo, essa cinza de Fénix,
Que
gesto tentas quando tudo pára,
E
na meia-noite quando o ser ilumina as mesas?
Que
sinal guardas nos teus lábios negros,
Que
palavra maldita quando tudo cala,
Última
palavra quando o teatro hesita e apaga?
Hei
de viver em ti, hei de arrancar
Toda
luz que há em ti,
Todas
as encarnações, todos os recifes e todas as leis.
E
no vazio em que te ergo eu vou abrir
A
rota do relâmpago,
Ou
o maior grito que jamais um ser tentou.
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