Thursday, March 12, 2020

Uma poesia de Carlos Aldazábal



Amelia Biagioni me habla por teléfono

Carlos Aldazábal

Hoy no hay alfombras para Amelia.
Pero su voz me visitó de pronto
            aletargando el sueño.

Ese viento feliz me permitió su imagen:
su lento deambular de diana cazadora
       detrás de la sonrisa y el poema.

 ¿Cómo salgo de aquí para encontrarla, Amelia y su jazmín
en su alfombra encantada, en su hilito de voz,
temerosa y lunar, hilanderita, preocupada en llamar, en acordarse,
aunque tema salir a la vereda por los lobos del mundo
                            y prefiera quedarse visitando de lejos?

Que no me corte.

Que la muerte se olvide de nosotros.

Que el tiempo se congele para siempre.


AMÉLIA BIAGONI ME FALA POR TELEFONE

Hoje não há tapetes para Amélia.
Porém, sua voz me visitou de repente
             anestesiando o sonho

Este vento feliz me permitiu sua imagem:
seu lento vagar da caçadora de Diana
        por trás do sorriso e do poema.

Como saio daqui para encontrá-la, Amelia e seu jasmim
no seu tapete encantado, no seu fiozinho de voz,
temerosa e lunar, fiandeirazita, preocupada em chamar, lembrar,
Ainda que  tema sair na calçada pelos lobos do mundo
                             e prefira ficar visitando de longe?

Que não me corte.

Que a morte se esqueça de nós.

Que o tempo se congele para sempre.

Ilustração: www.mundodastribos.com/.


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