DOR DE AMOR PERDIDO
Sei que gastei
muitos engendramentos,
entre feitos e desfeitos,
encompridando o olhar
antes do anoitecer
nos seios de Maria Mercê,
mas, de coração nunca se vai saber
ainda mais de mulher.
O que se sabe
é que amor é igual à rasteira,
só dói porque desorienta
e, sobre o mau jeito da queda,
todo mundo comenta.
Não tenho queixa não!
Foi quente, foi bom, foi doce,
enquanto durou,
porém, o mel se acabou
e, vivo agora, a lamber a rapadura
que, como a vida e o amor,
tem doçura, mas, é dura.
Como é dura!
Como é dura, criatura,
até meu dente quebrou!
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