SELF PORTRAIT
Leanne O’Sullivan
This blank paper is the one good thing.
I want to fill it with colour, soundlessness
like a heart that shuts with slow murmurings.
I feel myself slipping into that whiteness.
My dumb legs, my red hair pale by moonlight
as I doze into a laudanum pod,
secretly happy, blooming in the night
though the cold surrounds my bed.
This is the woman as God has created her,
this is the woman I am outdoing.
She is a ghost the more I see her.
Her eyes dry against my breath. She is moving
from me into this true radiance while
I stare. I don’t move, the heart stops its flood
of rust and the mirror crackles to sand.
My babe, the brush is slipping from my hand.
AUTORETRATO
A folha em branco é uma boa coisa.
Quero preenche-la de cores sem sons
Como um coração que se fecha em lentos murmúrios.
Sinto como se deslizasse pela brancura.
Minhas pernas inúteis, minha pele pálida à luz da lua
Enquanto durmo numa cápsula láudano,
Secretamente feliz, florescendo na noite
Ainda que o frio rodeie meu leito.
Esta é a mulher tal como Deus a criou,
Esta é a mulher que estou superando.
Ela é um fantasma que quanto mais olho mais vejo.
Seus olhos se secam contra minha respiração. Se apartam
de mim
Nesta claridade radiante e verdadeira
Enquanto a olho fixamente. Não me movo,
O coração para de jorrar enferrujado
E o espelho se esfacela em areia.
Meu amor, a escova está escorregando de minha mão.
Ilustração: Elo7.
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