Monday, December 12, 2022

Outra poesia de Daisy Zamora

 


Vuelvo a ser yo misma

Daisy Zamora

Cuando entro con mis hijos a su casa, vuelvo

a ser yo misma.

Desde su mecedora ella

nos siente llegar y alza la cabeza.

La conversación no es como antes.

Ella está a punto de irse.

Pero llego a esconder mi cabeza

en su regazo, a sentarme a sus pies. Y ella me contempla

desde mi paraíso perdido

donde mi rostro era otro, que sólo ella conoce.

Rostro por instantes recuperado

cada vez más débilmente

en su iris celeste desvaído

y en sus pupilas que lo guardan ciegamente.

VOLTO A SER EU MESMA

Quando entro com meus filhos na sua casa, volto

a ser eu mesma.

Desde sua cadeira de balanço, ela

nos sente chegar e levanta a cabeça.

A conversa não é como antes.

Ela está prestes a sair.

Porém, chego a esconder minha cabeça

no seu colo, a sentar-me aos seus pés. E ela me contempla

desde o meu paraíso perdido

onde meu rosto era outro, que só ela conhece.

Rosto por instantes recuperado

cada vez mais debilmente

em sua íris celeste desbotada

e em suas pupilas que o guardam cegamente.

Ilustração: Gabriela Bez.

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