Vuelvo a ser yo misma
Daisy Zamora
Cuando entro con mis
hijos a su casa, vuelvo
a ser yo misma.
Desde su mecedora ella
nos siente llegar y alza
la cabeza.
La conversación no es
como antes.
Ella está a punto de
irse.
Pero llego a esconder mi
cabeza
en su regazo, a sentarme
a sus pies. Y ella me contempla
desde mi paraíso perdido
donde mi rostro era otro,
que sólo ella conoce.
Rostro por instantes
recuperado
cada vez más débilmente
en su iris celeste
desvaído
y en sus pupilas que lo
guardan ciegamente.
VOLTO A SER EU MESMA
Quando entro com meus filhos na sua casa, volto
a ser eu mesma.
Desde sua cadeira de
balanço, ela
nos sente chegar e
levanta a cabeça.
A conversa não é como
antes.
Ela está prestes a sair.
Porém, chego a esconder
minha cabeça
no seu colo, a sentar-me
aos seus pés. E ela me contempla
desde o meu paraíso
perdido
onde meu rosto era outro,
que só ela conhece.
Rosto por instantes
recuperado
cada vez mais debilmente
em sua íris celeste
desbotada
e em suas pupilas que o
guardam cegamente.
Ilustração: Gabriela Bez.
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