Ó bela feiticeira negra,
rainha dos mundos obscuros,
cuja magia principia
na indiferença com que ama.
Teu coração queima
a pele e a mente dos que desejam teu amor,
flor negra selvagem da dor,
que brilha mais do que tua coroa
e, nas batidas, soa
como um canto do qual não se pode fugir
por mais que se deseje ir.
E todos, inclusive eu,
sabendo que és a perdição
rastejam em busca de tua mão
e entregam, por irrefreável amor,
a carne de seus corpos
às bicadas de teu corvo,
enquanto esperam ver no teu rosto,
de uma marmórea dureza,
um sorriso que nunca verão,
mas escravos que são
de tua figura
repetem as juras
na esperança inútil
de que, só por um momento,
possam ocupar teus pensamentos,
que ninguém é capaz
de saber quais são,
porém, o que é a vida sem ilusão!
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