Gaspar
Núñez de Arce
XX
No
eres la vaga aparición que sigo
con
hondo afán desde mi edad primera,
sin
alcanzarla nunca... Mas ¿qué digo?
No
eres la libertad, disfraces fuera,
¡licencia
desgreñada, vil ramera
del
motín, te conozco y te maldigo!
XXI
¡Ah!
No es extraño que sin luz ni guía,
los
humanos instintos se desborden
con
el rugido del volcán que estalla,
y
en medio del tumulto y la anarquía,
como
corcel indómito el desorden
no
respete ni látigo ni valla.
XXII
¿Quién
podrá detenerle en su carrera?
¿Quién
templar los impulsos de la fiera
y
loca multitud enardecida,
que
principia a dudar y ya no espera
hallar
en otra luminosa esfera,
bálsamo
a los dolores de esta vida?
Estrofes
XX
Não
eras a vaga aparição que sigo
com
profundo afã desde de minha primeira
idade,
Sem
alcança-la nunca... Mas, o que digo?
Não
és a liberdade, disfarçes fora,
Licença
desgrenhada, vil rameira
Do
motim, te conheço e te maldigo!
XXI
Ah!
Não é estranho que sem luz nem guia,
Os
humanos instintos se desbordem
com
o rugido de vulcão que estala,
e,
em meio à turbulência e anarquia,
como
cavalo rebelde em disparada
não
respeitam nem o chicote ou cerca.
XXII
Quem
poderá detê-lo em sua carreira?
Quem
domará os impulsos da fera
e
louca multidão enfurecida,
que
principa a duvidar e não espera
encontrar
em uma outra esfera luminosa,
o bálsamo
para a dores desta vida?
Ilustração:
www.emresumo.com.br
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