Sunday, January 31, 2016

A poesia de Manuel del Palacio

                                                                                                                              
Amor oculto

Manuel del Palacio

Ya de mi amor la confesión sincera
Oyeron tus calladas celosías,
Y fue testigo de las ansias mías
La luna, de los tristes compañera.

Tu nombre dice el ave placentera
A quien visito yo todos los días,
Y alegran mis soñadas alegrías
El valle, el monte, la comarca entera.

Sólo tú mi secreto no conoces,
Por más que el alma con latido ardiente,
Sin yo quererlo, te lo diga a voces;

Y acaso has de ignorarlo eternamente,
Como las ondas de la mar veloces
La ofrenda ignoran que les da la fuente.

Amor oculto

Já de meu amor a confissão sincera
Ouviram tuas caladas persianas,
E foi testemunha das minhas ânsias,
A lua, dos tristes, a companheira.

Teu nome disse à ave prazenteira
A que me visitava todos os dias,
E alegrava minhas sonhadas alegrias
O vale, o monte, a região inteira.

Só tu o meu segredo não conheces,
Por mais que a alma em pulsações ardentes ,
Sem eu querer lhe diga em altas vozes;

E acaso hás de ignorá-la eternamente,
Como as ondas do mar velozes
Da oferenda ignoram qual a fonte.


Ilustração: www.imgmlp.com

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