Amor oculto
Manuel
del Palacio
Ya
de mi amor la confesión sincera
Oyeron
tus calladas celosías,
Y
fue testigo de las ansias mías
La
luna, de los tristes compañera.
Tu
nombre dice el ave placentera
A
quien visito yo todos los días,
Y
alegran mis soñadas alegrías
El
valle, el monte, la comarca entera.
Sólo
tú mi secreto no conoces,
Por
más que el alma con latido ardiente,
Sin
yo quererlo, te lo diga a voces;
Y
acaso has de ignorarlo eternamente,
Como
las ondas de la mar veloces
La
ofrenda ignoran que les da la fuente.
Amor oculto
Já
de meu amor a confissão sincera
Ouviram
tuas caladas persianas,
E
foi testemunha das minhas ânsias,
A
lua, dos tristes, a companheira.
Teu
nome disse à ave prazenteira
A
que me visitava todos os dias,
E
alegrava minhas sonhadas alegrias
O
vale, o monte, a região inteira.
Só
tu o meu segredo não conheces,
Por
mais que a alma em pulsações ardentes ,
Sem
eu querer lhe diga em altas vozes;
E
acaso hás de ignorá-la eternamente,
Como
as ondas do mar velozes
Da
oferenda ignoram qual a fonte.
Ilustração:
www.imgmlp.com
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