Monday, January 11, 2016

Uma poesia de Rodolfo Ybarra

XVIII                                                         
Rodolfo Ybarra

Pájaros metálicos surcan el firmamento
rasgan el cielo en tiras y rafias de neón.  

Rescato a un niño de su propia trampa
soy tan pequeño ante el dolor
tan miserable ante la angustia
que piojos y moscas podrían matarme
herido ayudo y soporto el látigo de gárgolas.

Espacio y tiempo son coordenadas que nunca
podré descifrar.

La tierra abre su boca y me traga con un bostezo
¿Qué hago aquí dios de la mirada atroz?
¿Sobreviviré al genocidio de los tiempos?
Mis alas se agitan cuando caigo al centro del universo.
Miles de cabezas claman horrorizadas en los sótanos
del sueño.

XVIII

Pássaros metálicos sulcam o firmamento
Rasgam o céu em tiras e cipós de neon

Resgato um menino de sua própria armadilha
Sou tão pequeno ante a dor
Tão miserável ante a angústia
Que piolhos e moscas poderiam me matar
Ferido ajudo e suporto o chicote de gárgulas

Espaço e tempo são coordenadas que nunca
pude decifrar.

A terra abre sua boa e me traga com um bocejo
Que faço aqui deus do olhar atroz?
Sobreviverei ao genocídio dos tempos?
Minhas asas se agitam quando caio no centro do universo.
Milhões de cabeças clamam horrorizadas nos sotões
do sonho.  

Ilustração: edilsonlf.blogspot.com


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